Hoje não vou falar de rituais. Não vou falar da minha parte espiritual. Como eu faço todos os anos, desde que me conheço por gente, desabafo em um post na internet. Seja blog, fórum, fotolog, o que for. Eu repasso meus passos e faço minhas reflexões.
Estou ouvindo agora uma linda música de Chandra Lacombe: “Eu Sou A Onda”.
Não posso reclamar de 2009. Posso apenas e, no máximo, lamentar meus próprios erros. Minha carreira profissional ganhou alguns trancos, meu relacionamento com a pessoa que amo está estabilizado, minha família está bem e eu tenho saúde. As eu cometi alguns erros, alguns banais, outros que tiveram conseqüências quase que catastróficas na minha vida pessoal. Mas nada que não seja possível me reerguer, como eu sempre faço quando eu tomo um tombo nos degraus da vida.
Eu fraquejei em muitos momentos. Eu fui submissa em muitos momentos. Eu me arrependi de algumas palavras que eu disse, de outras que eu não disse, de não perdoar completamente certas atitudes dos meus próximos. Foi um ano de Eremita em alguns pontos, de Enforcado nos outros e por fim, minha maior decepção, um ano de Louco.
Procurei tanto pela paz nos meus momentos comigo mesma, e em algumas vezes, encontrei muitas trevas no meu próprio silêncio. Mas como diz o ditado, “a palavra é de prata e o silêncio é de ouro”. Calei-me, mas acho que nos momentos menos apropriados.
Estamos todos nesse mundo para aprender alguma coisa, nem que seja sempre com nossos próprios erros. Alguma lição sempre tem por trás de cada passo que damos na estrada. Mas é essa estrada que me confunde.
Meu ser vive em constante expansão. E, ao expandir, encontro um limite que parece intransponível. Um obstáculo que não me permite expandir mais. Uma estagnação nas realizações pessoais. E, como boa ariana tríplice que sou, é quase impossível ter paciência em momentos como esse. Mas eu tento, dia-a-dia, superar essa falta de paciência, e até algumas vezes, minha falta de esperança de que as coisas vão melhorar.
E quando parecem melhorar, vem uma onda gigante e arrasta meus sonhos para longe de mim. Eu sempre espero por um momento súbito, em que tudo parece perdido, e um cavalo passa selado na minha porta.
No final desse ano, mas bem no finalzinho mesmo, esse momento aconteceu. Um cavalo selado passou em minha porta. Mas é um cavalo arredio, não me deixa domá-lo de uma vez para seguir meu caminho. Não me permite trotar manso, cavalgar furiosamente. Ele só empina e parece que, a qualquer momento, vai me derrubar no chão.
As coisas que fogem do meu controle são as mais fascinantes e as que mais me amedrontam por dentro. Mas o medo é sempre superado e quando finalmente puder domar esse cavalo, ele vai trotar mansinho, por onde eu quiser. Não cabe a mim a decisão de montá-lo. Cabe a quem desconheço. A quem ainda não me conhece por dentro. Cabe a um mistério. E, espero eu, que essa angústia acabe logo e pare de me torturar.
Porque quando o cavalo passou selado em minha porta, passou também um furacão que levou muitas esperanças; foi mais uma grande onda que arrastou meus planos. E muitas conclusões só podem ser tiradas e novos planos feitos ou planos antigos refeitos depois que eu souber se posso montar no meu cavalo e sair por aí na vida ou se terei que batalhar e recomeçar do zero. É incrível que, quando uma oportunidade aparece na minha vida sem que eu a procure, ela de repente torna-se tão apaixonante e fascinante que eu fico obcecada por aquilo.
Eu não procurei o cavalo. Ele parou na minha casa, bateu na minha porta e me mandou sair. Agora eu olho pra ele fixo nos olhos na tentativa de domá-lo. E pensando: “mas quando o cavalo passa selado, é só montar e cavalgar rumo ao infinito, por que raios eu preciso domar mais esse? Por que eu preciso toda vez matar um leão por dia pra ter o pouco que eu tenho?! Qual é a justiça divina nisso tudo?”
E, finalmente, uma conclusão chegou pra mim: independente de domá-lo ou não, ele me mostrou que eu posso recebê-lo uma próxima vez. Porque cavalos selados só param na porta de pessoas com brio, inteligência, que se destacam, curiosas e interessantes, apaixonadas e dispostas a superar seus medos. Como diz uma música do meu querido Almir Sater, tudo tem sua razão de ser. Se tudo aconteceu comigo de maneira que eu não procurei, é porque eu preciso tirar mais uma lição disso. Seja domando o cavalo ou aceitando o desafio de procurar um selvagem para selar sozinha.
[EU SOU A ONDA - CHANDRA LACOMBE]
Estou ouvindo agora uma linda música de Chandra Lacombe: “Eu Sou A Onda”.
Não posso reclamar de 2009. Posso apenas e, no máximo, lamentar meus próprios erros. Minha carreira profissional ganhou alguns trancos, meu relacionamento com a pessoa que amo está estabilizado, minha família está bem e eu tenho saúde. As eu cometi alguns erros, alguns banais, outros que tiveram conseqüências quase que catastróficas na minha vida pessoal. Mas nada que não seja possível me reerguer, como eu sempre faço quando eu tomo um tombo nos degraus da vida.
Eu fraquejei em muitos momentos. Eu fui submissa em muitos momentos. Eu me arrependi de algumas palavras que eu disse, de outras que eu não disse, de não perdoar completamente certas atitudes dos meus próximos. Foi um ano de Eremita em alguns pontos, de Enforcado nos outros e por fim, minha maior decepção, um ano de Louco.
Procurei tanto pela paz nos meus momentos comigo mesma, e em algumas vezes, encontrei muitas trevas no meu próprio silêncio. Mas como diz o ditado, “a palavra é de prata e o silêncio é de ouro”. Calei-me, mas acho que nos momentos menos apropriados.
Estamos todos nesse mundo para aprender alguma coisa, nem que seja sempre com nossos próprios erros. Alguma lição sempre tem por trás de cada passo que damos na estrada. Mas é essa estrada que me confunde.
Meu ser vive em constante expansão. E, ao expandir, encontro um limite que parece intransponível. Um obstáculo que não me permite expandir mais. Uma estagnação nas realizações pessoais. E, como boa ariana tríplice que sou, é quase impossível ter paciência em momentos como esse. Mas eu tento, dia-a-dia, superar essa falta de paciência, e até algumas vezes, minha falta de esperança de que as coisas vão melhorar.
E quando parecem melhorar, vem uma onda gigante e arrasta meus sonhos para longe de mim. Eu sempre espero por um momento súbito, em que tudo parece perdido, e um cavalo passa selado na minha porta.
No final desse ano, mas bem no finalzinho mesmo, esse momento aconteceu. Um cavalo selado passou em minha porta. Mas é um cavalo arredio, não me deixa domá-lo de uma vez para seguir meu caminho. Não me permite trotar manso, cavalgar furiosamente. Ele só empina e parece que, a qualquer momento, vai me derrubar no chão.
As coisas que fogem do meu controle são as mais fascinantes e as que mais me amedrontam por dentro. Mas o medo é sempre superado e quando finalmente puder domar esse cavalo, ele vai trotar mansinho, por onde eu quiser. Não cabe a mim a decisão de montá-lo. Cabe a quem desconheço. A quem ainda não me conhece por dentro. Cabe a um mistério. E, espero eu, que essa angústia acabe logo e pare de me torturar.
Porque quando o cavalo passou selado em minha porta, passou também um furacão que levou muitas esperanças; foi mais uma grande onda que arrastou meus planos. E muitas conclusões só podem ser tiradas e novos planos feitos ou planos antigos refeitos depois que eu souber se posso montar no meu cavalo e sair por aí na vida ou se terei que batalhar e recomeçar do zero. É incrível que, quando uma oportunidade aparece na minha vida sem que eu a procure, ela de repente torna-se tão apaixonante e fascinante que eu fico obcecada por aquilo.
Eu não procurei o cavalo. Ele parou na minha casa, bateu na minha porta e me mandou sair. Agora eu olho pra ele fixo nos olhos na tentativa de domá-lo. E pensando: “mas quando o cavalo passa selado, é só montar e cavalgar rumo ao infinito, por que raios eu preciso domar mais esse? Por que eu preciso toda vez matar um leão por dia pra ter o pouco que eu tenho?! Qual é a justiça divina nisso tudo?”
E, finalmente, uma conclusão chegou pra mim: independente de domá-lo ou não, ele me mostrou que eu posso recebê-lo uma próxima vez. Porque cavalos selados só param na porta de pessoas com brio, inteligência, que se destacam, curiosas e interessantes, apaixonadas e dispostas a superar seus medos. Como diz uma música do meu querido Almir Sater, tudo tem sua razão de ser. Se tudo aconteceu comigo de maneira que eu não procurei, é porque eu preciso tirar mais uma lição disso. Seja domando o cavalo ou aceitando o desafio de procurar um selvagem para selar sozinha.
[EU SOU A ONDA - CHANDRA LACOMBE]
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