366 DIAS NA VIDA DE SHIVA

Ouvindo “Black Balloon”, do Goo Goo Dolls.


Hoje eu não acordei com a mesma inspiração dos outros dias. Mas estou a fim de contar pra mim mesma tudo o que aconteceu nos últimos 12 meses. Assim quem sabe eu entendo melhor um pouco de como minha vida está hoje, corrijo os erros e procuro não repeti-los no próximo ciclo de 12 meses.


Bastou apenas uma dose de vodca, e a cabeça resolveu fazer a sua parte. Afinal, como foram os últimos 362 dias da minha vida, da vida de uma bruxa, da vida de uma mulher... Da vida de um ser humano? Foram lindos e, ao mesmo tempo, difíceis de passar por eles.


Entrei no meu segundo ano de separada da pessoa que eu acreditava ser o grande amor da minha vida. Entrei o ano iludida em reatar essa união. E entrei o ano perdendo meu emprego. A mistura de sentimento com problemas cotidianos só piorou a situação. Aí entrei em depressão também. Janeiro foi um mês bastante complicado de se passar. Fevereiro também. Na época de carnaval, conheci um novo amigo. Um amigo em potencial. Ainda estou descobrindo o que posso oferecer a ele, e espero que ele esteja fazendo o mesmo em relação a mim. Desemprego batendo na porta do apartamento que não é meu, junto com as contas que eu não conseguia pagar. Big mistake, como diriam os americanos ou os ingleses. Jamais deveria ter voltado.


No mês do meu aniversário, ganhei dois presentes: realizar um sonho de muitos anos de cantar ao lado de uma das maiores lendas vivas do heavy metal, o Iron Maiden, por duas vezes. Mas esse foi um dos presentes. O segundo foi um presente não muito bom, chegou perto do meu aniversário e ferrou com a minha saúde: ao invés de ser flechada pelo cupido, fui picada pelo mosquito da dengue. É, não fui ao show do Ozzy e ainda por cima fiquei enjoada por cerca de 20 dias. Sem emprego ainda por cima, que é pra me deixar bem contente. Desiste do plano de saúde, desiste de celular...


Mas o destino me presenteou em seguida com 22 dias de música, de alma viva, de risadas, bebedeiras sem fim, bastidores, aviões, guitarras, novos contatos e novos amigos. Embarquei na turnê sul americana do Queensryche como tour manager, um outro sonho antigo que eu tinha: gerenciar uma banda na estrada. Parece até que eu consegui respirar por 22 dias, longe dos problemas, longe das contas. Passei pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Buenos Aires e Santiago. E conheci Fozzy, Bruce, Gino, Adam, Alan, Michael, Mike, Geoff, Scott e Eddie. E mais umas 50 pessoas. Tive a chance de rever amigos de várias cidades. E de fazer novos amigos.

Mal deu tempo de voltar, já tinha um novo trabalho me esperando. Na mesma área. Então não foi só a realização de um sonho, como Cinderela. Eu vivi feliz para sempre, em meio ao stress do Echo & The Bunnymen, Gene Loves Jezebel, TSOL e Nasi. E conheci mais pessoas incríveis: Rô, Mark, Boss, Titio, Evandro... A vida tinha acabado de voltar para os trilhos. Já não tive mais tempo de pensar em reatar casamento, que já estava morto e eu só fui descobrir mais tarde. Em meio a ofensas, lágrimas, um pouco de raiva de mim mesma, dos meus erros profissionais e dos erros profissionais alheios, eu consegui seguir em frente: Grave Digger foi o próximo desafio. E em seguida, Scorpions, minha mais bem-sucedida prova profissional. Não pros outros, mas pra mim mesma. Eu fui capaz. Eu fui esperta, astuta, chata, irritante, rápida, amiga e inimiga. E me saí muito bem para uma marinheira de primeira viagem. Eu costumo ser subserviente profissionalmente, mesmo quando tenho subordinados à minha volta. Mas não dessa vez. Mandona mesmo aprendi a falar “não”. Finalmente uma lição que eu precisava muito aprender. E aprendi do pior jeito. Na volta dessa viagem louca, muita coisa aconteceu que eu não estava digerindo bem.


Entrei num jogo de paciência comigo mesma. E com o cosmos. E aqui, bem aqui, se deu a virada espiritual da minha vida. Depois de muito medo, muitas dúvidas, muitas noites sem dormir pensando resolvi entrar de cabeça na ayahuasca. Foi uma busca e tanto. Tem sido desde então. Muitas viagens interiores. Muitas descobertas sobre meu coração, minha espiritualidade, minha conexão com o mundo invisível. Por outro lado, não queria ter descoberto outras coisas. Mas revelações foram necessárias pro meu crescimento. Pro meu próprio bem.


Final de ano com problemas, mas todos contornáveis. Eu luto muito para sobreviver e, acima de tudo, viver plenamente. Acho que 2009 será muito melhor.


No meu balanço final, eu só tenho a agradecer tudo o que eu aprendi. Aprendi o real valor da minha espiritualidade, aprendi a me equilibrar, a ser mais profissional, aprendi rapidamente com quem eu posso e não posso contar nos momentos difíceis. Esta noite farei uma meditação reflexiva e projetiva. Descreverei os efeitos dessa meditação em meu próximo post.

segunda-feira às 02:44

1 Comment to "366 DIAS NA VIDA DE SHIVA"

é.. realmente 2009 foi um ano bem balançado para você, hein, querida? Mas graças a suas atitudes e sua fé na Deusa voce continua de pé, firme... e deverá começar 2009 corrigindo o seus erros de 2008 e não cair mais nas armadilhas do mesmo. Essa retrospectiva foi muito boa porque lembramos no que temos que mudar e no que temos que permanecer... como eu vi em outro blog, as vezes temos que mudar as paginas da nossa vida, para começar a escrever em outras e ajeitar o nosso destino, mas é sempre bom reler as paginas passadas, para saber no que mudamos e no que podemos resgatar. ;] Pense nisso.

E pense nessa frase que adoro dizer, e faz todo sentido: aquilo que nao me mata, me fortalece..

e voce ta mais forte do que nunca juliana... ;] Beijos mil querida, gosto muito de voce viu? Te considerado como uma maninha e só quero o seu bem

Feliz 2009, com muito amor, paz, felicidade e harmonia para voce!

Namastê!