NA LUA CRESCENTE, FLORESCE MAIS UM ANO

E quando pensei que estava florescendo da maneira como eu queria, fui paralisada num repente. Hoje. Agora. Fui tomada de assalto pela tão temida auto-análise de final de ano. A minha chegou ao começo do ano, dez dias atrasada. Engraçado como essas coisas chegam à alma de uma bruxa. Eu estava justamente assistindo um filme sobre atos e conseqüências. Desligada do mundo por duas horas, depois de um dia tenso, que começou com um problema atrás do outro. Olhei muito bem a coleção de DVDs que tenho na minha gaveta antes de escolher meu lazer. E veja só, justo esse filme me trouxe o “clique”, a revelação, a epifania.

A saber o que é epifania: é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou a última peça do quebra-cabeça e agora consegue ver a imagem completa" do problema. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado acontece, que parece ser divino em natureza.

E eu estava assistindo a um diálogo sobre sofrer conseqüências dos nossos atos. E me veio à luz a confirmação do meu caminho espiritual. Como ele foi bem escolhido! Combina comigo. Por alguns momentos, eu o reneguei no ano que passou, ora por vergonha (sim, as pessoas ainda tiram sarro quando a gente diz “sou bruxa”), ora por medo (medo de não ser aceita pelo meu círculo social e até de ter temida sem necessidade), ora por conveniência (algumas vezes nem é bom citar, pois causa má impressão).

Mas veja que interessante: eu mesma, pensando durante essa epifania, passei a acreditar mais ainda em karma, dharma e destino. Porque, ao rever rapidamente os acontecimentos do último ano, percebi que o destino foi me unindo a pessoas e situações diferentes. Em alguns casos, colhi novos karmas; em outros, lindos e emocionantes dharmas. Acho que pesando direitinho tudo o que aconteceu, os dharmas superam os karmas. E é incrível a nossa capacidade de decisão e indecisão quando o destino apresenta uma nova situação ou pessoa diante de nós. Os seres humanos são tão inseguros que chega a dar pena de mim mesma. Não é à toa que meu chakra raiz estava tão fechado. Ainda não está como eu gostaria, mas minha segurança aumentou um pouco.

E qual é minha maior insegurança? Quem me conhece, sabe muito bem. Mas eu só revelei a minha fraqueza aos meus fraternos. A quem eu não conheço totalmente, ou a quem eu ainda não confio, simplesmente não sabe. E não será em um blog que eu vou resolver expor de maneira tão estúpida qual é meu calcanhar de Aquiles.

A segurança continua aumentando. E pretendo demonstrar isso no meu olhar àqueles que ainda pensam que eu sou uma tapada completa. Não é porque eu penso em justiça misericordiosa egípcia que eu vou ser imbecil e deixar um por um dos meus pseudo-inimigos (porque não considero ninguém um inimigo realmente, apenas acredito em incompatibilidade de idéias) simplesmente saírem pisando na minha cabeça. Auto-estima: uma arte, uma arma poderosíssima.

Televisão é uma grande porcaria, mas hoje me ensinou uma lição sobre auto-estima que eu vou deixar guardada comigo para “future reference”. É, tem coisas que até por instinto de sobrevivência, a gente não abre pra todo mundo.

Outra coisa que aprendi: o poder do olhar. E como ler o olhar de alguém. Fitar uma pessoa pode ser o suficiente para aprender tudo sobre ela em um minuto. Dá para ler as emoções por dentro do olhar: ansiedade, serenidade, amor, paixão, fraternidade, desonestidade, falta de caráter, maldade, infantilidade. PNL também funciona muito e é o que estou estudando no momento. É importante que eu aprenda de uma vez por todas a ler as pessoas. Assim, o meu medo passa a ser o medo delas no caso de um ataque em iminência.

Mas, ao ler olhares, enxergamos muito fundo nas pessoas. E como desviar o meu olhar do olhar de outra pessoa? Como ser fria ao invés de deixar-se levar por um olhar profundo, misterioso, enigmático? A resposta para essa pergunta eu ainda não tenho. Espero outro acesso de epifania para descobrir. Foi uma auto-análise interessante. Corrigir os erros e não recorrer neles, será que conseguimos? Será que eu consigo?

sábado às 03:00

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