DESABAFO

Como é para uma pessoa descobrir o verdadeiro caráter de outra? Eu entreguei muita coisa pra luz no último ritual em Shekinah, e isso me fez enxergar com maior clareza a alma e o caráter de algumas pessoas.

Foi bom, no final valeu a pena. Descobri quem são essas pessoas. E com algumas, meu Deus, quanta decepção. Uma decepção contornável, afinal de contas, basta afastá-las da minha vida, mesmo que isso me doa por algum tempo.

Existe um limite em ser uma pessoa que aceita as demais com suas qualidades e defeitos. Eu sei, temos uma série de ensinamentos que nos dizem para confiar, para sermos prestativos, para entregarmos a outra face, para sermos alegres e fazer sempre o bem. Mas até que ponto devemos fazer isso? E se as pessoas para quem tentamos fazer o bem simplesmente não prestam a menor atenção na gente? Ou pior que isso: se autodenominam “amigos”, mas pelas costas, provavelmente nos olham de cima, ou nos acham patéticas lá no fundo?

Tanta presteza... Com pessoas que não estão interessadas nela, só serve mesmo para “marcar pontos” e diminuir o karma, porque em verdade, não deveríamos nos preocupar tanto assim. Eu sei que posso estar errada, e provavelmente estou, mas preciso desabafar em relação a isso. É muito triste você ver seu esforço, seu carinho, sua devoção e dedicação sendo ignoradas e ridicularizadas. Eu pergunto: afinal, é justo? É certo?

quarta-feira às 02:03 , 2 Comments

PRIMEIRO ESBAT, JÁ O MELHOR DO ANO

Esse post será um pouco longo, então eu aconselho meus leitores a irem digerindo aos poucos todas as informações e acontecimentos que eu vou escrever aqui.

No primeiro grande esbat do ano, eu acessei tanta informação que quase deu “tela azul” no meu sistema. Mas a avaliação e a conclusão eu já posso adiantar: mesmo estando exausta, eu nunca me senti tão bem em toda a minha vida.

O trabalho desse primeiro esbat não foi realizado na Chácara do Yuri, e sim na casa da dirigente dos trabalhos. Ou seja, Shekinah é sim um “templo móvel”, que em breve será fixado e teremos nosso cantinho. No ritual, compareceram pouquíssimas pessoas: estávamos em seis, começo de ano acho que é assim mesmo. Tá todo mundo viajando ainda.

O espaço utilizado é um campo de energia fortíssimo, onde a dirigente do trabalho presta consultoria em diversas áreas e dá cursos. Nosso trabalho foi de autoconhecimento e cura. E que cura! Não sei se foi o ambiente, mas eu me perdi um pouco no início do trabalho. A força veio e foi embora rapidamente, e tudo o que pude fazer foi segurar Neiley entre as minhas mãos junto com o meu cristal. E senti o poder da força da minha lua mágica tão querida. Sim, apesar da egrégora e da proteção local, eu tenho sempre comigo meus dois amuletos e chamo os cantos para pedir a minha proteção pessoal. Trabalhar no autoconhecimento, como a própria palavra sugere, é algo muito particular, então eu prefiro chamar “os meus” para estarem comigo. Vi minha mentora apenas no início de tudo. Depois, ela me “soltou” nos meus pensamentos e na minha própria alma.

Não sei se felizmente ou infelizmente, eu só pude enxergar uma coisa, uma situação e uma única pessoa durante o trabalho inteiro. Minto, eu vi várias outras coisas, mas essa foi a principal e a mais trabalhada. No post anterior, eu citei o pensamento que me pegou na minha auto-avaliação sobre karma, dharma e destino. Essas três coisas vieram juntas, não se separaram um momento sequer durante todo o ritual. Eu quis entender o motivo de uma situação em particular acontecer, como ela aconteceu, o que eu tinha colhido a parti dela, afinal, um karma ou um dharma? E como o destino me colocou a situação e a pessoa no meu caminho?

A coisa toda foi forte demais. Sem grandes visões alegóricas, como eu costumo ter, e chamo-as de didáticas, porque toda a alegoria explica muito bem o real significado daquilo tudo. Dessa vez, eu tive que “pescar” os significados em meio a uma avalanche imensa de pensamentos. Trabalho, vida, morte, amor, família, amigos, intenções, sentimentos, ambições. Tudo junto, tudo muito rápido, passando em frações de segundo pela minha cabeça.

Na segunda parte, os índios vieram ao meu encontro e eu recebi uma cura que eu esperava há muito tempo. Sinto que ainda preciso de pelo menos mais uma cirurgia espiritual, mas ela foi bem-sucedida até aqui e eu já senti uma enorme diferença física. Fiz um pequeno uso de pranayama para potencializar essa cura, e abrir de uma vez a alma para receber a energia, nada sutil para citar, dos índios. Foi algo extremamente tenso e intenso de agüentar. Mas eu consegui ficar firme e aguardar tudo o que tinha para ser aguardado e receber tudo o que tinha para ser recebido. É impressionante como a gente passa a sentir os corpos sutis passeando pelo salão todo. E como o ego da gente é forte e difícil de ser superado em alguns momentos.

Digo isso porque, logo após a primeira cura, me sentei num ímpeto e com o objetivo fixo de jogar para fora do meu ser coisas que já não me serviam mais. O ego impregnou de uma maneira, que é difícil até de explicar. Como o meu trabalho foi extremamente particular, eu não vou citar em detalhes, mas foi o seguinte: eu tinha um sentimento e uma dúvida que eu precisava libertar, pois estava me fazendo mal. Em outros trabalhos, o ego pegou tão forte que eu não consegui me livrar disso. Mas dessa vez, eu tive um “quebra-pau” sério com ele, que não queria me deixar entregar pra luz isso tudo, mais uma vez. Após uma discussão bem feia, e preparada para as conseqüências desse ato, que na minha avaliação serão extremamente positivas, consegui entregar o sentimento e a dúvida. Livrei-me de um fardo que eu já carregava a algum tempo. E senti esse sentimento modificar-se e a dúvida virou uma certeza.

Tudo isso tem relação com o que eu comentei antes, da situação / pessoa, com o destino, o karma e o dharma. Pedi uma resposta mais clara, e ela veio em forma de uma visão no futuro. A conseqüência do meu ato de libertação me foi mostrada com extrema clareza. E tamanha foi essa clareza que chegou a me assustar. Enxergar o próprio futuro cria uma certa expectativa, dá um frio no estômago imenso. Pior ainda é quando essa revelação é tão boa, tão perfeita... Devo confessar que senti medo de não vê-la realizada. Mas me foi muito clara, não houve contestação durante um momento sequer. Segundo minha visão, eu colhi um dharma.

Um dharma cercado de esmeraldas. Verdes. Lindas, brilhantes, amorosas, sorridentes. Nesse momento, eu tive meu único insight mais alegórico. Me vi no corpo de uma coruja. Podia sentir toda a sua penugem pelo corpo, os olhos enxergavam mais longe, os sentidos se aguçaram. E a luz entrou em meu coração.

Também preciso confessar que as doses que eu tomei do daime foram fortes, poucas e muito enjoadas. Eu sentia que, a qualquer momento, faria uma limpeza. Cheguei a caminhar em direção ao local determinado, mas a vontade passou. Eu fui forte e persistente em permanecer na força sem precisar desviar-me. Muito disso foi do cheiro da bebida, que acho que estava era bem fermentada. Qualquer fio que a gente ingeria era o suficiente para ficar na força por horas.

Num terceiro momento do trabalho, eu fui convidada a me postar de frente ao altar. Instruções foram recebidas para que eu finalmente fosse iniciada no Reiki. Mas essa segunda parte da história eu vou deixar para amanhã, ainda tenho muita informação para processar.

segunda-feira às 03:15 , 1 Comment

NA LUA CRESCENTE, FLORESCE MAIS UM ANO

E quando pensei que estava florescendo da maneira como eu queria, fui paralisada num repente. Hoje. Agora. Fui tomada de assalto pela tão temida auto-análise de final de ano. A minha chegou ao começo do ano, dez dias atrasada. Engraçado como essas coisas chegam à alma de uma bruxa. Eu estava justamente assistindo um filme sobre atos e conseqüências. Desligada do mundo por duas horas, depois de um dia tenso, que começou com um problema atrás do outro. Olhei muito bem a coleção de DVDs que tenho na minha gaveta antes de escolher meu lazer. E veja só, justo esse filme me trouxe o “clique”, a revelação, a epifania.

A saber o que é epifania: é uma súbita sensação de realização ou compreensão da essência ou do significado de algo. O termo é usado nos sentidos filosófico e literal para indicar que alguém "encontrou a última peça do quebra-cabeça e agora consegue ver a imagem completa" do problema. O termo é aplicado quando um pensamento inspirado acontece, que parece ser divino em natureza.

E eu estava assistindo a um diálogo sobre sofrer conseqüências dos nossos atos. E me veio à luz a confirmação do meu caminho espiritual. Como ele foi bem escolhido! Combina comigo. Por alguns momentos, eu o reneguei no ano que passou, ora por vergonha (sim, as pessoas ainda tiram sarro quando a gente diz “sou bruxa”), ora por medo (medo de não ser aceita pelo meu círculo social e até de ter temida sem necessidade), ora por conveniência (algumas vezes nem é bom citar, pois causa má impressão).

Mas veja que interessante: eu mesma, pensando durante essa epifania, passei a acreditar mais ainda em karma, dharma e destino. Porque, ao rever rapidamente os acontecimentos do último ano, percebi que o destino foi me unindo a pessoas e situações diferentes. Em alguns casos, colhi novos karmas; em outros, lindos e emocionantes dharmas. Acho que pesando direitinho tudo o que aconteceu, os dharmas superam os karmas. E é incrível a nossa capacidade de decisão e indecisão quando o destino apresenta uma nova situação ou pessoa diante de nós. Os seres humanos são tão inseguros que chega a dar pena de mim mesma. Não é à toa que meu chakra raiz estava tão fechado. Ainda não está como eu gostaria, mas minha segurança aumentou um pouco.

E qual é minha maior insegurança? Quem me conhece, sabe muito bem. Mas eu só revelei a minha fraqueza aos meus fraternos. A quem eu não conheço totalmente, ou a quem eu ainda não confio, simplesmente não sabe. E não será em um blog que eu vou resolver expor de maneira tão estúpida qual é meu calcanhar de Aquiles.

A segurança continua aumentando. E pretendo demonstrar isso no meu olhar àqueles que ainda pensam que eu sou uma tapada completa. Não é porque eu penso em justiça misericordiosa egípcia que eu vou ser imbecil e deixar um por um dos meus pseudo-inimigos (porque não considero ninguém um inimigo realmente, apenas acredito em incompatibilidade de idéias) simplesmente saírem pisando na minha cabeça. Auto-estima: uma arte, uma arma poderosíssima.

Televisão é uma grande porcaria, mas hoje me ensinou uma lição sobre auto-estima que eu vou deixar guardada comigo para “future reference”. É, tem coisas que até por instinto de sobrevivência, a gente não abre pra todo mundo.

Outra coisa que aprendi: o poder do olhar. E como ler o olhar de alguém. Fitar uma pessoa pode ser o suficiente para aprender tudo sobre ela em um minuto. Dá para ler as emoções por dentro do olhar: ansiedade, serenidade, amor, paixão, fraternidade, desonestidade, falta de caráter, maldade, infantilidade. PNL também funciona muito e é o que estou estudando no momento. É importante que eu aprenda de uma vez por todas a ler as pessoas. Assim, o meu medo passa a ser o medo delas no caso de um ataque em iminência.

Mas, ao ler olhares, enxergamos muito fundo nas pessoas. E como desviar o meu olhar do olhar de outra pessoa? Como ser fria ao invés de deixar-se levar por um olhar profundo, misterioso, enigmático? A resposta para essa pergunta eu ainda não tenho. Espero outro acesso de epifania para descobrir. Foi uma auto-análise interessante. Corrigir os erros e não recorrer neles, será que conseguimos? Será que eu consigo?

sábado às 03:00 , 0 Comments