Esse post será um pouco longo, então eu aconselho meus leitores a irem digerindo aos poucos todas as informações e acontecimentos que eu vou escrever aqui.
No primeiro grande esbat do ano, eu acessei tanta informação que quase deu “tela azul” no meu sistema. Mas a avaliação e a conclusão eu já posso adiantar: mesmo estando exausta, eu nunca me senti tão bem em toda a minha vida.
O trabalho desse primeiro esbat não foi realizado na Chácara do Yuri, e sim na casa da dirigente dos trabalhos. Ou seja, Shekinah é sim um “templo móvel”, que em breve será fixado e teremos nosso cantinho. No ritual, compareceram pouquíssimas pessoas: estávamos em seis, começo de ano acho que é assim mesmo. Tá todo mundo viajando ainda.
O espaço utilizado é um campo de energia fortíssimo, onde a dirigente do trabalho presta consultoria em diversas áreas e dá cursos. Nosso trabalho foi de autoconhecimento e cura. E que cura! Não sei se foi o ambiente, mas eu me perdi um pouco no início do trabalho. A força veio e foi embora rapidamente, e tudo o que pude fazer foi segurar Neiley entre as minhas mãos junto com o meu cristal. E senti o poder da força da minha lua mágica tão querida. Sim, apesar da egrégora e da proteção local, eu tenho sempre comigo meus dois amuletos e chamo os cantos para pedir a minha proteção pessoal. Trabalhar no autoconhecimento, como a própria palavra sugere, é algo muito particular, então eu prefiro chamar “os meus” para estarem comigo. Vi minha mentora apenas no início de tudo. Depois, ela me “soltou” nos meus pensamentos e na minha própria alma.
Não sei se felizmente ou infelizmente, eu só pude enxergar uma coisa, uma situação e uma única pessoa durante o trabalho inteiro. Minto, eu vi várias outras coisas, mas essa foi a principal e a mais trabalhada. No post anterior, eu citei o pensamento que me pegou na minha auto-avaliação sobre karma, dharma e destino. Essas três coisas vieram juntas, não se separaram um momento sequer durante todo o ritual. Eu quis entender o motivo de uma situação em particular acontecer, como ela aconteceu, o que eu tinha colhido a parti dela, afinal, um karma ou um dharma? E como o destino me colocou a situação e a pessoa no meu caminho?
A coisa toda foi forte demais. Sem grandes visões alegóricas, como eu costumo ter, e chamo-as de didáticas, porque toda a alegoria explica muito bem o real significado daquilo tudo. Dessa vez, eu tive que “pescar” os significados em meio a uma avalanche imensa de pensamentos. Trabalho, vida, morte, amor, família, amigos, intenções, sentimentos, ambições. Tudo junto, tudo muito rápido, passando em frações de segundo pela minha cabeça.
Na segunda parte, os índios vieram ao meu encontro e eu recebi uma cura que eu esperava há muito tempo. Sinto que ainda preciso de pelo menos mais uma cirurgia espiritual, mas ela foi bem-sucedida até aqui e eu já senti uma enorme diferença física. Fiz um pequeno uso de pranayama para potencializar essa cura, e abrir de uma vez a alma para receber a energia, nada sutil para citar, dos índios. Foi algo extremamente tenso e intenso de agüentar. Mas eu consegui ficar firme e aguardar tudo o que tinha para ser aguardado e receber tudo o que tinha para ser recebido. É impressionante como a gente passa a sentir os corpos sutis passeando pelo salão todo. E como o ego da gente é forte e difícil de ser superado em alguns momentos.
Digo isso porque, logo após a primeira cura, me sentei num ímpeto e com o objetivo fixo de jogar para fora do meu ser coisas que já não me serviam mais. O ego impregnou de uma maneira, que é difícil até de explicar. Como o meu trabalho foi extremamente particular, eu não vou citar em detalhes, mas foi o seguinte: eu tinha um sentimento e uma dúvida que eu precisava libertar, pois estava me fazendo mal. Em outros trabalhos, o ego pegou tão forte que eu não consegui me livrar disso. Mas dessa vez, eu tive um “quebra-pau” sério com ele, que não queria me deixar entregar pra luz isso tudo, mais uma vez. Após uma discussão bem feia, e preparada para as conseqüências desse ato, que na minha avaliação serão extremamente positivas, consegui entregar o sentimento e a dúvida. Livrei-me de um fardo que eu já carregava a algum tempo. E senti esse sentimento modificar-se e a dúvida virou uma certeza.
Tudo isso tem relação com o que eu comentei antes, da situação / pessoa, com o destino, o karma e o dharma. Pedi uma resposta mais clara, e ela veio em forma de uma visão no futuro. A conseqüência do meu ato de libertação me foi mostrada com extrema clareza. E tamanha foi essa clareza que chegou a me assustar. Enxergar o próprio futuro cria uma certa expectativa, dá um frio no estômago imenso. Pior ainda é quando essa revelação é tão boa, tão perfeita... Devo confessar que senti medo de não vê-la realizada. Mas me foi muito clara, não houve contestação durante um momento sequer. Segundo minha visão, eu colhi um dharma.
Um dharma cercado de esmeraldas. Verdes. Lindas, brilhantes, amorosas, sorridentes. Nesse momento, eu tive meu único insight mais alegórico. Me vi no corpo de uma coruja. Podia sentir toda a sua penugem pelo corpo, os olhos enxergavam mais longe, os sentidos se aguçaram. E a luz entrou em meu coração.
Também preciso confessar que as doses que eu tomei do daime foram fortes, poucas e muito enjoadas. Eu sentia que, a qualquer momento, faria uma limpeza. Cheguei a caminhar em direção ao local determinado, mas a vontade passou. Eu fui forte e persistente em permanecer na força sem precisar desviar-me. Muito disso foi do cheiro da bebida, que acho que estava era bem fermentada. Qualquer fio que a gente ingeria era o suficiente para ficar na força por horas.
Num terceiro momento do trabalho, eu fui convidada a me postar de frente ao altar. Instruções foram recebidas para que eu finalmente fosse iniciada no Reiki. Mas essa segunda parte da história eu vou deixar para amanhã, ainda tenho muita informação para processar.