O QUE É DEUS?

Esse é um desabafo... intencionalmente feito para uma pessoa, a quem eu quero muito ajudar, mas não sei como. É um desabafo de muitos pagãos... É um desabafo contra a tirania, a intolerância, o preconceito, o ódio entre as religiões...

É um desabafo. Leia se puder.

Eu me pergunto às vezes: o que é Deus?

Muitas pessoas sabem essa resposta, está sempre na ponta da língua. Deus é aquele que vai me salvar das trevas; é aquele que resolve meus problemas; é para quem eu peço ou imploro de joelhos por ajuda quando estou em dificuldade; é a quem eu “temo”, pois no dia do Juízo Final, ele fará o meu julgamento... Pessoalmente. E todas as minhas ações, durante uma vida inteira, serão responsáveis por me mandar aos portões do paraíso ou às trevas do inferno. Eu sempre ouço duas coisas muito distintas: “Deus é bom” e “Deus castiga”.

Eu também me pergunto muito: será que o meu Deus é o único que deve ser aceito?

O mundo inteiro possui religiões diversas. Cada qual adora uma força específica, mística, a qual se teme, e que se parece muito com o meu Deus. Aliás, estranho, é IGUAL ao meu Deus! Com a diferença que o deus de um chama-se Jeová, de outro, chama-se Budah, de um terceiro, chama-se Olorum, mais um, só que chama-se Adonai, ou Thel, ou então Rá... Não são todos eles a mesma força do universo? São sim.

Por que então, o único Deus a ser aceito, é aquele que abriu o mar para que Moisés passasse com os escravos e os levasse à terra prometida? Qual a diferença entre esse Deus e o meu Deus? Eu respondo: nenhuma.

Qual a diferença entre eu acreditar nos dez mandamentos e acreditar nas leis máximas de tríplice retorno ou nas leis máximas da Grande Mãe? Deus não pode ser mulher? Eu preciso de uma explicação para a existência das coisas? Eu não posso respeitar a natureza ao invés de respeitar um Cristo? Pois, se Cristo morreu na cruz para nos salvar, o que faz a Mãe Natureza, durante todos os dias de sua existência nesse planeta senão morrer aos poucos para que nós possamos ser felizes com nossa mente brilhante e nossa tecnologia que só a destrói?

Acaso Deus pode permitir tamanha crueldade com uma de suas mais lindas criações?

E o que já se fez em nome desse Deus ao longo da história? É certo tirar dos índios suas crenças “primatas” em Tupã? Eles não eram felizes assim? Eles faziam algum mal acreditando no meu Deus, mas chamando-o de Tupã?

E os massacres, as cruzadas, “em nome de Deus”? Que mataram dezenas de mulheres inocentes e crianças, que dançavam em torno de fogueiras e usavam suas plantas para cura, cantavam em louvor à natureza... As tão temidas bruxas... Justifica-se o derramamento de sangue por elas acreditarem em um Deus, o MEU DEUS, que é feminino? É certo enforcar quem chama o meu Deus de Diana, de Écate, de Afrodite?

Um dos primeiros ensinamentos de Deus é “ame ao próximo como a ti mesmo”. Pois, amar não significa respeitar o meu próximo? E como eu posso amar o meu próximo se eu não respeito sua crença? Que Deus é esse, que aceita somente uma forma? É um Deus dominador ao invés de benevolente? É um Deus que corta cabeças, que coloca aviões em rotas de prédios para justificar uma guerra? O muçulmano é menos ser humano do que eu porque o nome do Deus dele é diferente do meu? E o judeu, que não aceita Cristo, mas sim Moisés como seu messias e salvador? Também deveria ele ser subjugado e morto? Ou condenado?

Eu não sei mais o que Deus é. Mas eu sei o que ele não é.

Ele não é autoritário. Ele não me mataria porque eu o chamo de Diana. Ele não me condena porque eu respeito e saúdo a Mãe Natureza, que Ele criou. Ele não me pede dinheiro. Ele não me manda sacrificar vidas em Seu nome. E, se eu converso com ele olhando para a Lua, ele não me castiga.

Durante muitos anos, práticas como a bruxaria, foram condenadas porque aqueles que a condenaram plantaram idéias na cabeça dos homens, dizendo que as bruxas adoram o demônio e sacrificam animais! Uma bruxa, ou um bruxo JAMAIS faria isso.

A bruxa se pauta por dois grandes mandamentos: “não faça com o próximo o que não gostaria que fizessem com você” e “tudo o que é feito, bem ou mal, volta três vezes para você”. A bruxa, portanto, é temerária a uma força superior. A bruxa canta e dança, escreve suas próprias orações à Grande Mãe. A bruxa purifica seu ambiente acendendo um incenso. Protege sua casa do mal com encantamentos. A bruxa dança em reverência à natureza e medita sobre o significado da vida. A bruxa sorri e tem o coração grande e bondoso. A bruxa não rouba, não mata animais ou pessoas, não DESRESPEITA as crenças dos outros.

Um pagão, ou um não-cristão, nada mais é do que um adorador de Deus, só que com outro nome.

O que faz a minha religião ser a única a ser aceita? Não é assim! Se assim fosse, Deus não teria dado à Terra uma série de povos e culturas diferentes, teria criado apenas uma raça, não permitiria que o ser humano se espalhasse da forma como se espalhou. Significa que ele é a força que une a todos nós, sob diferentes nomes, com diferentes rituais. Mas a lembrança e a fé, é exatamente a mesma.

Então, eu peço: respeite a minha religião como eu respeito a sua. Aceite minha religião como eu aceito a sua. Do contrário, só me resta pensar que, assim como os soldados das cruzadas, você não respeita e nem ama ao seu próximo, e está traindo os ensinamentos do SEU DEUS, do MEU DEUS. Do NOSSO DEUS.

segunda-feira às 21:53

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