No Guardador dos Rebanhos, todo ele pungente na visão naturalista e desmistificadora do heterônimo alberto Caeiro, Fernando Pessoa comete um dos poemas mais lindos. O poema de número 6, que relata a vinda à terra de Jesus Cristo em forma de menino, transcende não só por seu valor literário, mas também pela coragem de, em um país de forte tradição católica, abordar a mitificação que a religião faz do sagrado.
De forma contundente e ao mesmo tempo linda, Pessoa descreve ali um deus que - não importa quão agnósticos sejamos - todos gostaríamos de ter: um deus que pudéssemos levar, maternalmente, ao leito, adormecido. E que quando morrêssemos nos levasse ao colo para a cama. E nos contasse histórias, caso acordássemos.
Décio Mello
De forma contundente e ao mesmo tempo linda, Pessoa descreve ali um deus que - não importa quão agnósticos sejamos - todos gostaríamos de ter: um deus que pudéssemos levar, maternalmente, ao leito, adormecido. E que quando morrêssemos nos levasse ao colo para a cama. E nos contasse histórias, caso acordássemos.
Décio Mello
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